Vi os faunos da nova era
No seu bosque,
A praia.
Não vi quando o olhar começou.
Um instantâneo abandonado pelo entardecer,
Rapariga de treze anos viva,
Em maillot sentada,
Brincando com os pés n'areia.
Foi o cós que me chamou
E achei graça no início do seio,
Encoberto todavia. E todavia aberto.
Levantou-se. Atravessou o areal
E voltou depois com um rapaz
De quinze anos vivo,
Com calções coloridos.
Riam
Deitaram-se na areia, excitando-se.
Os cabelos dela, longos, pestanejando nas pernas dele.
As quatro mãos
Fugindo do que fugiam, acariciavam
Os bordos do atractivo.
Foi quando o aberto se veio sentar entre eles,
Que um clarão lhes incendiou as partes proibidas e o meu olhar
Me levou a ver
A ninfa e o fauno, figuras primícias do novo encanto.
Depois o aberto desvaneceu-se,
E deixou de haver luz naquele drama. Guardei o instantâneo
E arquivei o poema
Na minha colecção.
Maria Gabriela Llansol (2000). Onde vais, drama-poesia?. Lisboa: Relógio d'Água.
VII. Oferendas, p. 283-284
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