Tirar-te o que escondes, roubar-te o trajo,
A tatuagem e a veste. Ver-te.
Rasgar a imagem que trazes diante de ti.
Avançar para o teu rosto
E num golpe contemplativo,
Cegar-te.
Privar-te de luz,
Que entres em pânico,
No medo e na ansiedade.
Encostar-me a ti, sem nada,
E murmurar-te ao ouvido
Renasce.
Nesse corpo desmunido,
Perguntar para quê tanta violência,
Se me bastava passar ao largo
E não ver
Esse
Apelo ciciado.
Troquemos de veste. É uma ordem.
Maria Gabriela Llansol (2000). Onde vais, drama-poesia?. Lisboa: Relógio d'Água.
VII. Oferendas, p. 285-286, seguido de comentário (p. 286-287)
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