sabato 14 febbraio 2009

três vozes - tre voci

é invisível para além de personagem
como é invisível o seu preenchimento.


Do corpo escondeu-se o traço
e dos dias,
contados do lado de fora do que não vemos,
escondeu-se a manhã clara.

Ema Lobo


O dentro é nulo,
o fora é película transparente.
Dói-se na noite vazia
de lume austero,
memória enrugada
e a noite, ainda, vazia.

Lara Rua


Desenho sem lápis,
o dedo que brinca com o ar.
"E agora?"
Não a vês?

Alba Paz

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É invisibile oltre che personaggio
com'è invisibile il suo riempimento.


Dal corpo si è nascosta la traccia
e dei giorni,
contati dal fuori di quel che non vediamo,
si è nascosta la mattina chiara.

Ema Lobo


Il dentro è nullo
il fuori è pellicola trasparente.
Si duole nella notte vuota
di lume austero,
memoria rugosa
e la notte, ancora, vuota.

Lara Rua


Disegno senza matita,
il dito che gioca con l'aria.
“E ora?”
Non la vedi?

Alba Paz

personagem invisível - personaggio invisibile

reencontrar a beleza da memória é o fio transparente que se perde e pouco se vê. não permanece a estrutura, se a estrutura não é de ponte. e até a ponte consegue cair.

de fraqueza, na realidade, vai-se crescendo. o meigo da fraqueza é a repetição, ao contrário da memória. na cidade invisível, como no sonho, as ruas são tortas e tortuosas e ninguém sabe ao certo como se respira. nem a rotina. chora-se demais e o espaço infame do que foi ameaça o sorriso em ritmo praticamente constante.

a personagem invisível sabe onde nasceu, mas não importa. na verdade é tão invisível que chega a perder a propriedade intrínseca do lugar. tão pouco vista se consagra, e no entanto os seus olhos são dois gigantes que impotentemente tentam mastigar a globalidade. só se configura como personagem porque, na sua categoria desestruturada, outros conceitos se devem encastrar nela.




ritrovare la belezza della memoria è il filo trasparente che si perde e pocco si vede. non rimane la struttura, se la struttura non è quella di un ponte. e anche il ponte riesce a cadere.

di debolezza, in realtà, si va crescendo. il tenero nella debolezza è la ripetizione, al contrario della memoria. nella città invisibile, come nel sogno, le vie sono storte e tortuose e nessuno sa bene come si respira. nemmeno la rottina. si piange troppo e lo spazio infame di quel che è stato minaccia il sorriso in ritmo praticamente costante.

il personaggio invisibile sa dov'è nato, ma non importa. in realtà è cosi invisibile che riesce a perdere la proprietà intrinseca del luogo. cosi poco vista si costituisce, e però i suoi occhi sono due giganti che imponentemente provano a masticare la globalità. si configura come personaggio appena perché, nella sua categoria non strutturata, altri concetti si devono incastrare in lei.